Resenha - Calafrio
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Calafrio - Maggie Stiefvater (Os lobos de Mercy Falls #1)

               Surpreendentemente envolvente, é o que descreve Calafrio. Quando li esse livro a primeira vez (sim! Li mais de uma!) tudo o que me vinha a cabeça é como um livro pode ser tão triste, mas ainda assim, doce.
                Grace é uma garota de 17 anos que, depois de ser atacada por lobos quando criança, ao invés de ter medo, adquiri fascínio pela espécie. No começo é tudo muito estranho, e seu fascínio beira quase a obsessão, mas ela não consegue parar de observar, principalmente o lobo de olhos amarelos, e você acaba sendo envolvida por isso. Sam é o garoto que vive as duas vidas, em pele humana, quando verão, e em pele lupina, quando é inverno. Mas anseia pelo verão sempre, pois é quando lembra de Grace.
Tudo muito clichê, é o que você deve estar pensando. Porém em meio a tanto clichê no mundo dos livros sobrenaturais, Maggie conseguiu fazer algo diferente, único.
Não sei se é a sua escrita que é triste, doce e que faz com que você sinta todas as sensações: cheiros, texturas, o frio terrível, a dor. Ou se é simplesmente a história com a heroína mais racional – apesar de tudo – e o herói mais romantico e triste que já conheci. (Aqui abro um parenteses para dizer que Sam será, sem sombra de dúvidas, minha paixão literária eterna. Meu Deus, como ele é perfeito!).
                O livro da grande ênfase aos sentimentos dos personagens, não há um grande vilão ou um grande clímax. É como um livro de poesia em prosa. Pode parecer meloso, mas a escrita é tão fascinante, que você começa a compartilhar toda a doçura e melancolia que há entre o amor de Grace e Sam.
                Em resumo, Calafrio é poesia pura, é triste, é lindo. Com certeza recomendo!


Alguns trechos para se deliciarem com Sam e Grace:
" - Eu não tenho tanta imaginação. - Grace disse.
 - Eu tenho. Eu vou imaginar por você, tão forte que você vai acabar acreditanto nisso.”

“Eu não achava que pertencia aqui no mundo dela, um garoto dividido entre duas vidas, arrastando o perigo dos lobos comigo, mas quando ela disse meu nome, esperando que eu a seguisse, eu sabia que faria qualquer coisa para ficar com ela.”

E minha parte preferida, onde Sam recita Rilke pra Grace e eu quase morro:

Então eu senti sua respiração na minha orelha enquanto ele dizia, com a voz quase inaudível, “’Eu estou sozinho no mundo, e ainda não sozinho o bastante para fazê-lo santo. Eu sou solitário neste mundo e ainda não sou solitário o suficiente para ser cruel e perspicaz para você. Eu quero a minha vontade e eu quero ir com minha vontade enquanto me movo para agir.’” Ele pausou longamente, o único som era sua respiração, um pouco irregular, antes de ele continuar, “‘E eu quero, no silêncio, de alguma maneira vacilante às vezes, estar com alguém que saiba, ou caso contrário sozinho. Eu quero refletir tudo sobre você, e eu nunca quero ficar muito cego ou muito velho para manter comigo sua imagem oscilante profunda. Eu quero desdobrar. Eu não quero ser dobrado em qualquer lugar, porque aí, onde eu estou dobrado, eu sou uma mentira. ’”



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