Resenha - A linguagem das flores
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A linguagem das flores - Vanessa Diffenbaugh


 
"Uma rosa é uma rosa é uma rosa".
           
             De uma sensibilidade assustadora, A linguagem das flores me comoveu como poucos livros fazem. 
                Somos apresentadas a Victoria, que viveu a vida inteira em lares adotivos e se tornou uma misantrópica, ou seja, nossa protagonista possui uma verdadeira aversão as pessoas em geral. Por ter andado de lar adotivo em lar adotivo, ela perdeu a esperança em qualquer ser humano, ou no mundo em que vive, e somente sobrevive.
             O único momento em sua vida em que se permitiu ter confiança em alguém, foi aos nove anos quando foi adotada por Elizabeth. A única pessoa que amou, mas como previsto, Victoria colocou tudo perder. Porém, não sem antes Elizabeth ter lhe ensinado tudo sobre a linguagem universal das flores.
Com essa descrição que fiz é de se imaginar que Victoria seja uma protagonista bem aguadinha, típica órfã-pobre-coitada-que-odeia-todo-mundo. Porém não se engane, Victoria uma das personagens mais fortes que já conheci. Ela é uma pessoa conformada com sua situação, que aprendeu somente odiar – com exceção as flores – e vive com isso. Sabe que é uma pessoa supostamente ruim, e por isso jamais poderá amar alguém como merece ou ser amada. Essa é sua realidade.
Mas essa é uma história que nos leva a uma viagem interior, é sobre arrependimento, perdão e a capacidade de amar; e como tem na capa do livro “qualquer pessoa pode se tornar em algo belo”. É isso que nossa protagonista tentará enxergar quando, maior de idade e sem poder mais viver em orfanatos, se ver sem ter para onde ir e com quase nenhum dinheiro no bolso.
É um livro encantador com personagens extremamente humanos e verdadeiros. E a linguagem das flores tratada no livro, é um espetáculo a parte. Me vi super interessada em saber o que cada flor significava e surpresa ao saber que flores podem dizer tanta coisa. A devoção de Victoria a essas delicadas plantas é uma completa oposição a tudo de ruim que leva em seu coração, e talvez seja a única coisa que a salva.
Enfim, é um bom livro para se ter na prateleira e apreciar.
Como gostei de muitos trechos, coloquei aqui alguns, mas sem spoilers.

"Essas flores se chama morrião-dos-passarinhos. Eles significam seja-bem vindo. Ao lhe oferecer um buquê delas estou lhe dando boas-vindas à minha casa, à minha vida".

"Cactos significam odeio você- Falei, batendo a porta na sua cara".

"Estendi meu braço desajeitadamente e toquei seu ombro. Talvez aquela fosse a primeira vez na vida que eu tomara a iniciativa do contato físico com outro ser humano".

"Eu conhecia a garota de quem ela estava falando.[...]. Talvez ela tivesse sobrevivido em algum lugar dentro de mim, preservada como flor seca, frágil e doce"

Até mais.


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